Luanda - A primeira etapa do Workshop de Capacitação sobre Vigilância Epidemiológica, Diagnóstico Clínico e Laboratorial, com enfoque no controlo da lepra-hanseníase, encerrou na passada sexta-feira, em Luanda, num âmbito da cooperação entre Angola e Brasil.

A acção formativa, promovida pelo Ministério da Saúde, através da Direcção Nacional de Saúde Pública e da Unidade de Implementação do Projecto de Formação dos Recursos Humanos em Saúde (UIP-PFRHS), reuniu profissionais de saúde das 21 províncias do país.

Um comunicado de imprensa chegado ao JA Online, indica que durante cinco dias de trabalho técnico, os participantes beneficiaram de acções de capacitação, actualização científica e reforço de habilidades técnicas no diagnóstico, tratamento e seguimento de pacientes com hanseníase.

O evento contou com a presença do chefe do Núcleo de Controle e Combate da Hanseníase em Angola, Ernesto Afonso, especialistas brasileiros convidados, membros da Unidade Técnica de Formação de Recursos Humanos em Saúde do MINSA, de equipas provinciais de vigilância epidemiológica e técnicos de laboratórios a nível nacional.

Durante a formação, os especialistas em hanseníase, alertaram para o elevado número de pacientes que chegam tardiamente aos serviços de saúde, já com danos neurológicos irreversíveis e paralisias.

No encontro, ficou o alerta de que os casos graves poderiam ser evitados com diagnóstico precoce e vigilância activa nas comunidades. Os especialistas recomendaram, também, o mapeamento sistemático dos municípios e a intensificação do rastreio comunitário como estratégias para interromper a cadeia de transmissão.

Os enfermeiros e técnicos laboratoriais participantes referiram melhorias significativas no domínio das novas metodologias de diagnóstico e manuseio de equipamentos laboratoriais.

A nota sublinha ainda que com a formação recebida, espera-se que os diagnósticos passem a ser realizados com maior precisão e celeridade, o que representa um avanço concreto no controlo da hanseníase em Angola.

Outro marco relevante do workshop foi o anúncio da melhoria do Sistema Nacional de Vigilância da Resistência Antimicrobiana que permitirá acompanhar e conter o surgimento de estirpes resistentes aos medicamentos, orientando políticas terapêuticas mais eficazes.

O comunicado refere que o workshop representa uma viragem técnica na forma como Angola encara o diagnóstico e tratamento da lepra, reforçando o nosso compromisso com a doença que desde 2005 deixou de ser considerada em Angola como um problema de saúde pública.

 Acção contínua no Huambo

Na segunda-feira teve início na província do Huambo a segunda fase da formação sobre Vigilância Epidemiológica, Diagnóstico Clínico e Laboratorial da Lepra, com duração de dois dias, envolvendo técnicos locais de saúde pública e vigilância das doenças negligenciadas, com especial ênfase na hanseníase.