Autorizada retoma da actividade de caça 18 anos depois da suspensão


Luanda – O Ministério da Agricultura e Florestas autorizou a retoma da actividade de caça em Angola, este ano, depois de cerca de 18 anos de suspensão, para permitir o reagrupamento e a multiplicação da população animal e a criação de condições para uma gestão eficiente e sustentável da fauna.
Sob o lema “Educar para uma caça consciente e selectiva, para proteger as espécies e garantir o desenvolvimento sustentável da fauna”, a época de caça vai decorrer de 01 de Agosto a 31 de Dezembro de cada ano, período em que as condições naturais e ecológicas permitem desenvolver a actividade, indica o Ministério da Agricultura e Florestas.
De acordo com o secretário de Estado para as Florestas, João Bartolomeu da Cunha, que procedeu a abertura oficial da época de caça 2025, o período definido vai permitir minimizar os riscos de sobrevivência e sustentabilidade da vida selvagem no país.
A cerimónia de abertura oficial da época de caça 2025 decorreu, sexta-feira última, numa fazenda pecuária, localizada no município da Baia Farta, província de Benguela.
João Bartolomeu da Cunha sublinhou que, ao autorizar a retoma da actividade, o seu ministério está a cumprir as normas estabelecidas no Decreto Presidencial 222/18, de 25 de Outubro, que aprova o Regulamento de Caça e Gestão Sustentável da Fauna.
Segundo o secretário de Estado para as Florestas, estão criadas todas as condições para uma caça mais sustentável, no quadro da diversificação da economia e geração de empregos, permitindo que Angola possa ombrear com outros países da região Austral de África, em questões relacionadas com o turismo de caça.
Defendeu a necessidade de obtenção do instrumento jurídico que vai orientar o exercício da caça e o aproveitamento dos recursos faunísticos, contendo as normas para a sua protecção e conservação, tendo em atenção a dimensão social, cultural, económica e ambiental do pais.
João Bartolomeu da Cunha apelou aos governos provinciais e a Associação dos Caçadores de Angola a ajudarem na divulgação do regulamento de caça.
Por seu turno, o presidente da Associação dos Caçadores, Mário Rui Ribeiro, mostrou-se satisfeito com a decisão do Governo, depois de se ter trabalhado conjuntamente, durante vários anos, para a conformação legal da caça em Angola.
O vice-governador provincial de Benguela, Adilson Gonçalves, disse que a retoma da actividade de caça constitui uma oportunidade para o fomento do turismo, no que toca à caça desportiva de forma organizada.
Na cerimónia, foram atribuídas as primeiras licenças a dez associados e ao presidente da Associação dos Caçadores, assim como foram entregues certificados provisórios a algumas fazendas de pecuarização autorizadas a praticar caça desportiva e outras de maneira sustentável.
Todo o processo preparatório que antecedeu a autorização de retoma da caça em Angola foi desenvolvido por técnicos do Instituto de Desenvolvimento Florestal (IDF) e da Direcção Nacional de Florestas, com a colaboração da Agência Nacional para a Gestão da Região do Okavango (ANAGERO), do Instituto Nacional da Biodiversidade e Áreas de Conservação (INBAC) e do Ministério do Interior.
Angola contou também com apoio técnico de consultores da Conservation Force, uma fundação pública dos Estados Unidos da América que se dedica à conservação da vida selvagem, educação, pesquisa e serviço público, com a qual o IDF tem rubricado um Memorando de Entendimento para o Desenvolvimento da Caça e Gestão Sustentável da Vida Selvagem.