Luanda- O presidente da União Pan-Africana da Juventude, Moumoni Diala, defendeu, esta terça-feira, em Luanda, uma maior aposta dos jovens na inovação tecnológica e na criação e implementação de políticas para o desenvolvimento.

Ao discursar no encerramento no encerramento da Cimeira Pan-Africana da Juventude 2025, defendeu igualmente que os jovens sejam mais proactivos e tenham uma postura de liderança, para enfrentar os problemas que afligem a juventude no continente africano.

Sublinhou que os jovens devem assumir o seu papel de protagonistas no desenvolvimento de África, apostando na formação, tecnologia e em acções concretas, reconhecendo que existem ainda países africanos com atrasos em matéria de tecnologia, pelo que os Estados devem investir nesse segmento.

Destacou a tecnologia e os acordos de parceria regional como ferramentas para o avanço da juventude africana, tendo considerado pertinente a criação de políticas que facilitem a mobilidade entre os países africanos.

Por sua vez, a representante da Comissão da União Africana para a Juventude e Mulher, Chido Mpemba, revelou que menos de 10 por cento das políticas nacionais da juventude têm orçamento próprio, e apenas sete por cento dos governos têm mecanismos formais para ouvir os jovens.

“Mais de 500 milhões de jovens viverão em África, até 2030, e ignorar esse potencial é desperdiçar a oportunidade de um continente liderado por inovação, inclusão e crescimento sustentável”, enfatizou.

Disse que a Agenda 2063 da União Africana só se vai tornar realidade se for construída com jovens a liderarem nas suas comunidades, escolas, negócios e espaços cívicos, defendendo que “o futuro de África não será decidido em mesas de negociações distantes, mas nos bairros, mercados e salas de aulas”.

Entretanto, questões ligadas à paz, segurança e inclusão económica marcaram o terceiro dia da Cimeira Pan-Africana da Juventude 2025, que decorreu de 09 a 12 do corrente mês, em Luanda.

O evento reuniu jovens de vários países africanos, visando contribui para promover a solidariedade inter-geracional e envolver a juventude na tomada das decisões.

O tema do terceiro dia abordou "Nexus de desenvolvimento africano: Juventude, Paz, Segurança e a Inclusão Económica”, com os participantes a defenderem maior colaboração entre governos e associações juvenis, para traçar estratégias que ajudem no desenvolvimento e crescimento da África.

Na ocasião, o director do departamento de relações exteriores da União Nacional da Juventude e Estudantes da Eritreia, Daniel Eyassu, pediu maior divulgação dos dados autênticos sobre África nas plataformas digitais, aconselhando cada governo africano a criar uma plataforma para a publicação de dados para os jovens.

Sob o lema “Jovens que promovem a cooperação multilateral por meio da tecnologia e das parcerias”, a cimeira foi uma plataforma de diálogo, inovação e participação política, promovendo a solidariedade inter-geracional.

O evento realizou-se alinhado aos objectivos da Agenda 2063 da União Africana, reforçando o compromisso continental com o desenvolvimento sustentável e a integração africana, através da participação activa da juventude.

O encerramento da cimeira Pan-Africana da Juventude ficou marcado com a celebração do Dia Internacional da Juventude, assinalado esta terça-feira, em Luanda, com a participação de mais de três mil jovens de 54 países de África.