ÁGUA

Mais de sete milhões de habitantes vão receber água de Quilonga Grande e Bita

Obras dos projectos Bita e Quilonga Grande para aumentar a capacidade de abastecimento de água - Edições Novembro
Obras dos projectos Bita e Quilonga Grande para aumentar a capacidade de abastecimento de águaImagem: Edições Novembro

07/08/2025 12h20

Luanda - Mais sete milhões e meio de famílias vão beneficiar do abastecimento de água potável, com a conclusão, em Dezembro de 2026, dos projectos Bita (Sistema IV) e Quilonga Grande (Sistema V), em Luanda e no Icolo e Bengo, respectivamente.

As duas infra-estruturas vão eliminar o défice de abastecimento registado actualmente nas duas províncias, afirmou, esta quarta-feira, o ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, em declarações à imprensa, no quadro da visita do Presidente da República, João Lourenço, aos dois projectos.

João Baptista Borges deu a conhecer que a materialização dos dois projectos acontece tardiamente, sublinhando que deviam ter sido executados desde 2010, para cobrir o crescimento populacional.

“Trata-se dos mais importantes projectos de abastecimento de água que alguma vez foram construídos no país. Estamos a falar de uma capacidade instalada, nos dois projectos, de 750 milhões de litros de água por dia”, adiantou João Baptista Borges.

“São projectos que vão atender, cobrir e eliminar o défice no abastecimento de água que temos em Luanda. Como sabem, temos actualmente apenas disponibilidade para atender 46 por cento da população, ou seja, a maior parte da população não tem água canalizada em casa”, acrescentou, citado pelo Jornal de Angola.

Referiu que Luanda tem uma fatia de investimentos no abastecimento de água de quase três mil milhões de dólares, facto que considerou significativo e demonstrativo da importância que o Executivo confere à resolução do problema de abastecimento de água.

O Projecto Bita, esclareceu, vai ter uma capacidade inicial para atender dois milhões e meio de famílias, com a possibilidade de ser ampliado para mais duas fases, perfazendo um total de sete milhões e meio de residências.

Em relação ao Quilonga, João Baptista Borges disse tratar-se de um projecto que está com uma taxa de execução mais elevada, em cerca de 40 por cento, assegurando que a previsão é que seja concluído ao longo de 2026, destacando o facto de um dos lotes do Sistema V, concretamente a captação e tratamento, ficar concluído, em Agosto do próximo ano.

“Mas temos, depois, o lote das adutoras, que é a ligação da estação aos centros de armazenamento de água, que vai, também, ficar concluído, até final do ano. Ou seja, o Quilonga, em 2026, vai certamente começar a produzir água e a população vai sentir os benefícios da entrada em funcionamento deste sistema”, garantiu.

Localizado no Bita Ambriz, o Sistema IV de abastecimento de água é composto por áreas de captação, tratamento, adução e distribuição, dividido em três fases, sendo que a primeira terá 259 mil e 200 metros cúbicos por dia de produção, 100 mil de armazenamento, com 55 quilómetros de condutas adutoras, três mil e 700 de rede de distribuição e 170 mil ligações domiciliares.

Com as três fases e considerando a dotação per capita de 100 litros/habitação/dia, deverá abastecer água para cerca de três milhões e 800 habitantes.

O projecto tem um orçamento no valor de cerca de 528 milhões 521 mil dólares, prevendo a integração da estação de bombagem de água bruta, conduta elevatória, estação de tratamento e sub-estação eléctrica, incluindo torre elevada, edifícios e instalações auxiliares.

De acordo com o ministro João Baptista Borges, as obras do projecto do Bita estão um pouco mais atrasadas, na medida em que a taxa de execução física é de cerca de 30 por cento, com previsão de ser concluída, até Dezembro de 2026.

O Bita vai ter uma capacidade de 250 milhões de litros de água por dia, salientou, revelando que vai beneficiar mais de dois milhões e meio de habitantes.

“Estamos a falar, em termos de capacidade de produção, tratamento de água e armazenamento, mas é preciso, também, recordar que grande parte dos bairros que cresceram à volta de Luanda não têm, ainda, canalização”, lamentou, garantindo que vai ser iniciado um projecto de extensão da rede de distribuição no Zango, Caop, Mulenvos e Calumbo, enquanto no Bita vão ser feitas cerca de 160 mil ligações domiciliares.

Por seu lado, o novo sistema de abastecimento de água potável em construção no Quilonga Grande, província do Icolo e Bengo, de acordo com o director do projecto, Edmundo Frederico, terá capacidade de produzir 518 mil metros cúbicos de água potável por dia e beneficiar um total de cinco milhões de famílias, nas duas províncias.

Edmundo Frederico informou que o projecto Quilonga Grande deu emprego directo a 379 jovens, tendo esclarecido que, em termos de construção, a obra está com uma execução física de 51 por cento e 42 de execução financeira. 

João Baptista Borges disse que, até ao final de 2027, vão ser gastos mais de 2,1 mil milhões de dólares na execução dos projectos de abastecimento de água potável, só em Luanda, cuja cobertura actual de acesso à rede pública é de 46 por cento.

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