IGREJA
Líderes religiosos pedem mais atenção à igualdade de género

31/08/2025 12h24
Luanda - A prevenção e o combate à violência baseada no género foi o tema central de um seminário sobre “Normas de género e masculinidade positiva”, ministrado, quinta-feira, em Luanda, com o objectivo de munir os líderes religiosos com ferramentas necessárias para travar o fenómeno, segundo notícia do JA Online.
De acordo com o secretário-geral do Conselho de Igrejas Cristãs em Angola (CICA), Vladimir Agostinho, os líderes religiosos têm um papel fundamental na promoção da igualdade de género e na construção de uma sociedade mais justa.
O seminário, disse, foi uma iniciativa do CICA, em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP), organizado como uma oportunidade para reflectir sobre como trabalhar para promover uma masculinidade que valoriza a igualdade, o respeito e a não-violência.
A masculinidade positiva, afirmou, deve ser ensinada aos rapazes desde tenra idade. “São as pastoras e as mães que têm um papel fundamental na instrução dos meninos, para que eles cresçam num bom caminho e respeitem a igualdade de género”, lembrou.
Para o secretário-geral do CICA, a Igreja tem um papel inegável na mudança de mentalidades e na desconstrução de normas sociais discriminatórias.
Por seu lado, a bispa Filomena Teta, uma das convidadas ao encontro, destacou o papel crescente das mulheres na liderança eclesiástica e no Governo.
“É essencial que os homens compreendam que não se trata de uma competição com as mulheres. Os homens com masculinidade positiva apoiam a família, respeitam e valorizam a mulher”, frisou.
O representante do FNUAP, Luís Samacumbi, sublinhou a importância da educação, desde a infância, como forma de moldar futuros adultos conscientes e respeitadores da igualdade de género.
Já a secretária do Bureau Político do MPLA para a Política Económica e Social, Idalina Valente, também convidada ao evento, realçou o papel fundamental das igrejas na promoção da igualdade de género.
A inclusão da mulher no processo de desenvolvimento sustentável, disse, é uma necessidade urgente. “As mulheres representam mais de 50 por cento da população mundial”, realçou.
O seminário, que reuniu representantes de diversas instituições governamentais e organizações da sociedade civil das províncias de Luanda, Benguela, Huíla, Namibe, Malanje, Uíge e Bengo, abordou temas como a masculinidade tóxica, violência baseada no género, o tráfico de seres humanos e a mulher na liderança eclesiástica.