Luanda - A secretária executiva da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Maria de Fátima Jardim, afirmou, esta segunda-feira, em Roma (Itália), que os povos autóctones devem ocupar um lugar central nas políticas de desenvolvimento sustentável, social e climático.

Ao discursar na abertura da reunião de alto nível do Centro Global sobre Sistemas Alimentares e de Conhecimento dos Povos Indígenas, no âmbito das comemorações do octogésimo aniversário da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), sublinhou a necessidade de se criar programas específicos que assegurem a sua participação e promovam emprego inclusivo e produção sustentável.

Presidida pelo director-geral da FAO, Qu Dongyu, o evento realiza-se visando a partilha de experiências, exposições culturais, demonstrações culinárias e debates técnicos sobre sistemas alimentares e saberes indígenas.

Maria de Fátima Jardim defendeu ainda que os direitos fundamentais das comunidades indígenas devem ser tratados como uma componente essencial da justiça social e climática, bem como da retribuição justa pelo papel que desempenham na preservação dos ecossistemas.

A secretária executiva da CPLP recordou que os povos autóctones são guardiões genéticos da diversidade biológica e cultural, com um papel essencial na criação de zonas de biosfera e na preservação das variedades tradicionais.

Referiu que, através das suas práticas agrícolas, essas comunidades protegem as espécies locais, promovem a regeneração natural, o melhoramento genético e a valorização dos recursos biológicos, contribuindo decisivamente para a conservação da biodiversidade e para a adaptação às alterações climáticas.

A reunião insere-se num conjunto de actividades organizadas pela FAO para assinalar os 80 anos de acção global da organização, em prol da segurança alimentar e da agricultura sustentável.

A nota de imprensa do Secretariado Executivo da CPLP dá conta que participaram no evento representantes de alto nível de governos, organizações internacionais, comunidades indígenas, juventude e sociedade civil.