Roma, A embaixadora Josefa Correia Sacko, apresentou, recentemente, as cartas credenciais que a acreditam como representante permanente de Angola junto do Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA).

Durante o acto que teve lugar na sede desta Agência das Nações Unidas em Roma, assistido pelo Presidente do FIDA Alvaro Lario, a diplomata angolana assegurou a sua participação activa nas consultas do FIDA 14 e que estão a decorrer os trâmites internos para que Angola honre os seus compromissos no âmbito da cooperação existente.

Sublinhou, a respeito da produção do café e do investimento na cadeia de valores, que é umas das prioridades para que o Pais consiga recuperar e superar os níveis de produção anterior do passado, tendo o Ministério da Agricultura elaborou um projecto específico que já foi encaminhado à estrutura do Plano Mattei.

“Neste desiderato queremos contar com o apoio do FIDA, no seu envolvimento, pois acreditamos que o vosso apoio ser de extrema importância para que os propósitos que nos propusemos atingem os niveis desejados”, disse.

Afirmou que em relação ao corredor logístico do Lobito, está a ser feito um projecto para que o mesmo seja um corredor econômico e impulsionador da diversificação da economia angolana e da região da África Austral , na qual , o consórcio prevê, ao longo de 30 anos, aumentar a frequência diária para 50 comboios e garantir 1.600 empregos directos e terá como responsabilidade a transportação de cargas de grande porte, como por exemplo os minérios provenientes da RD Congo e da Zâmbia, bem como a manutenção das infra-estruturas.

Financeiramente, a exploração do corredor do Lobito vai permitir que o transporte ferroviário venha a aportar um conjunto de benefícios positivos, contribuindo para o desenvolvimento local e regional, em torno da linha férrea, e podendo representar uma contribuição para o Produto Interno Bruto, estimada entre 1,6 a 3,4 mil milhões de dólares americanos.

Reafirmou o compromisso de Angola com a construção de sistemas alimentares resilientes, o reforço da resiliencia climática e o combate a fome e a pobreza.

Por seu lado, o Presidente do FIDA acredita que a indicação de Josefa Sacko para Roma enriquecerá os debates em torno de África não apenas a nível do FIDA mas nas três Agências da ONU sediadas em Roma.

Alvaro Lario anunciou, no que diz respeito aos projectos do FIDA em Angola, que está a ser desenhado um projecto para melhorar a produção e cadeia de valor da produção do café , a ser financiado no âmbito do FIDA14, cujo custo total estimado do projeto PRODECAFE é de 170 milhões de dólares com um período de implementação de 10 anos, incluindo desenvolvimento de infraestruturas, formação de agricultores, reabilitação de plantações, iniciativas de acesso ao mercado, fortalecimento institucional e resiliência climática.

“A colaboração entre o FIDA e a República de Angola é bastante forte, e o nosso desejo é de continuar a contar com o apoio e participação activa de Angola, particularmente no processo das consultas da 14ª Reconstituição dos recursos do Fundo (FIDA14).

Angola foi Campeã da 13ª e co-anfitreã de uma das sessões de consultas em parceria com a França.

"Daremos maior ênfase à parceria com o sector privado e os fundos de investimento nacionais”, frisou o títuar da Instituição.

O Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) é uma agência especializada da Organização das Nações Unidas (ONU) e, simultaneamente, uma Instituição Financeira Internacional (IFI), criada em 1977, dedicada a erradicar a pobreza e a fome nos países em desenvolvimento, financiando projetos e programas agrícolas destinados a criar ou melhorar sistemas de produção de alimentos.