OMS vai apoiar expansão dos serviços de Saúde em Angola
Luanda - O director-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) garantiu, segunda-feira, em Luanda, que a instituição vai continuar a apoiar o Governo angolano no que toca à expansão do serviço de saúde de qualidade, fornecimento de medicamentos e formação de quadros na área da Saúde.
Tedros Adhanom Ghebreyesus está em Angola a participar na 7.ª Cimeira União Africana - União Europeia, que decorre até hoje, terça-feiras, e aproveitou a ocasião para se reunir com a ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, membros do Conselho de Direcção do Ministério e altos funcionários das Agências das Nações Unidas presentes no país.
Segundo o JA Online, o líder da OMS disse que o apoio da sua organização se estende, também, ao reforço dos cuidados primários de saúde. Segundo o diplomata, o país está a marcar passos significativos que merecem vários elogios.
“E os hospitais que visitamos hoje, como o Complexo Hospitalar Pedro Maria Tonha “Pedalé”, Hospital Materno-Infantil do Camama Dr. Azancot de Menezes, assim como o Centro de Saúde de referência do Honga são evidências claras do grande investimento que o Governo angolano está a fazer no sector da Saúde” salientou.
Além de valorizar com entusiasmo, Tedros Ghebreyesus encorajou o Executivo angolano a continuar a prestar os serviços de saúde grátis como tem feito até agora, principalmente nas áreas de Cirurgias e Hemodiálise, que, em muitos países, infelizmente, os acessos não são gratuitos.
De acordo com o director-geral da OMS, outra situação que lhe deixa satisfeito é saber que Angola conseguiu reduzir, significativamente, a taxa de mortalidade materno-infantil e realizar outros avanços no combate ao VIH/Sida.
“Mas, particularmente, aconselhei a ministra da Saúde para trabalhar cada vez mais, a fim de reduzir a taxa de transmissão do VHI/Sida de mãe para filho", frisou.
Satisfação de Tedros Ghebreyesus
Por seu turno, a ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, agradeceu a prestimosa presença do director-geral da OMS no país, tendo dito que Angola é membro activo da instituição sanitária há muitos anos, e a visita do mais alto dirigente da OMS mostra a importância que dão ao país.
Na visão da governante, depois do relatório apresentado sobre os avanços alcançados no sector da Saúde e as visitas feitas aos hospitais já mencionados, Tedros Adhanom Ghebreyesus ficou muito satisfeito com o que viu e ouviu.
O Executivo, assegurou, vai continuar a trabalhar para melhorar os acessos aos serviços básicos de saúde, prova disso são os investimentos que estão a ser feitos no capital humano, com a implantação de um plano ambicioso do Ministério da Saúde, que prevê formar cerca de 38 mil profissionais de saúde, entre médicos, enfermeiros e pessoal de apoio às áreas hospitalares.
Nos últimos anos, o Governo angolano, explicou, por meio de concursos públicos, admitiu 46.604 profissionais de saúde, que hoje prestam serviço às várias unidades espalhadas pelo país.
“Também estamos a melhorar as questões ligadas à logística de medicamentos e equipamentos médicos, temos estado a dedicar maior atenção às doenças infecciosas, doenças crónicas não transmissíveis e às grandes endemias que ainda são as principais causas de morbi-mortalidade do nosso seio”, acentuou.
O director-geral da OMS, informou, deixou bons conselhos, como é o caso do reforço das parcerias com outros países mais avançados no sector da Saúde, visando uma saúde mais solida e robusta ao nível do continente africano.
No fim da visita, o director-geral da OMS ofereceu ao Ministério da Saúde 30 computadores para reforçar o sistema de informação e uma ambulância de suporte técnico avançado para ajudar na melhoria dos cuidados de saúde.
Vacinação contra o cancro do colo do útero
Em relação à campanha de vacinação contra o cancro do colo do útero realizada no país, o director-geral da OMS disse estar muito feliz por Angola se juntar a essa grande iniciativa global para acabar com esta doença, que é a segunda maior causa de mortalidade feminina no mundo.
O programa da OMS para o combate ao cancro do colo uterino, lembrou, foi lançado em 2018, e desde essa altura Angola tem estado a marcar passos significativos com a realização de várias iniciativas para garantir o cumprimento integral dessa iniciativa global.
E nesse programa, explicou, a OMS definiu uma meta que é de vacinar 99 por cento das mulheres ao nível do mundo, permitir o rastreio do cancro do colo do útero de pelo menos 70 por cento das mulheres e garantir que 90 por cento das que têm a doença sejam devidamente tratadas.
Tedros Ghebreyesus garante que a vacina contra o cancro do colo do útero é segura, e, portanto, pode ser administrada sem qualquer problema ao público seleccionado para beneficiar desta imunização.
“O mundo tem vacinas hoje, por isso não é aceitável que as mulheres continuem a morrer de cancro do colo do útero. Há países que marcaram passos significativos ao nível da vacinação, como é o caso da Austrália e Nova Zelândia, com taxas de vacinação bastante altas”, assegurou.
Já em África, prosseguiu, o Rwanda é um bom exemplo para se levar em conta, com taxas de vacinação bastante significativas, e a aposta da OMS é continuar a vacinar as meninas para se proteger as mulheres e mães, a fim de que mais ninguém morra de cancro do colo do útero.
Sobre a vacina, Sílvia Lutucuta disse que Angola se vai esforçar para atingir a meta de 99 por cento de imunização, 70 de diagnósticos feitos e tratamento precoce na ordem dos 90 por cento, evitando, assim, muitos lutos, porque quando morre uma mulher, por regra, várias famílias ficam desestruturadas.