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Nova Legislação previne acções contra ameaças a cibersegurança

Avanços e desafios da transformação digital
Avanços e desafios da transformação digital Imagens: Pexels

Redacção

Publicado às 16h35 06/12/2025

Luanda - A Lei de Protecção das Redes e Sistemas Informáticos e a Estratégia Nacional de Cibersegurança, promulgadas pelo Presidente da República, João Lourenço, visam prevenir e combater acções que ameaçam a cibersegurança e assegurar a integridade da soberania territorial, com especial atenção para a protecção do ciberespaço nacional.

Os diplomas publicados em Diário da República, de o3 do corrente mês, são justificados no Decreto Presidencial pelo facto de o Executivo angolano ter assumido o compromisso de adoptar medidas para a institucionalização da Estratégia Nacional de Cibersegurança, com base no entendimento de que a identificação dos perigos é o primeiro passo para a defesa do ciberespaço.

O Executivo justifica, nos diplomas, que os perigos são sempre um desafio considerável para os países, principalmente para os Estados-membros da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), que apresentam um grande défice nos mecanismos de investigação da cibercriminalidade, noticia o JA Online.

“Um exemplo notável é a Convenção da União Africana sobre Cibersegurança e Protecção de Dados Pessoais, ratificada por via da Resolução n.º 33/19, de 9 de Julho, que estabelece padrões regionais para o fortalecimento da cibersegurança e protecção de dados”, lê-se no Decreto Presidencial sobre a criação da Estratégia Nacional de Cibersegurança.

De acordo com o diploma, na actual era de transição digital, os governos enfrentam o desafio de formular políticas institucionais legais e de gestão de recursos humanos voltadas à garantia da cibersegurança e à defesa do ciberespaço, conduzidas em grande medida por meio de políticas de curto e médio prazos.

Tal procedimento, refere o documento, ocorre porque essas políticas, pela sua flexibilidade, podem ser ajustadas mais rapidamente que a legislação, cujo processo de alteração é intrinsecamente burocrático e frequentemente incapaz de responder à urgência das ameaças cibernéticas.

A aprovação de uma Estratégia Nacional de Cibersegurança, esclarece o Executivo no mesmo diploma, é essencial para estruturar políticas voltadas à prevenção e combate de práticas que comprometem o ecossistema do ciberespaço nacional.

A Estratégia, argumenta o documento, visa melhorar a posição de Angola no Índice Global de Cibersegurança, a avaliação do país em outros indicadores de cibersegurança, garantir a integridade das infra-estruturas críticas e a cibersegurança no geral e com base nisso atrair investimento público e privado, sobretudo estrangeiro.

O Executivo entende, de acordo com o Decreto, que é indispensável proteger as instituições públicas e privadas, bem como os indivíduos e bens contra cibera-taques, em consonância com os compromissos regionais e internacionais assumidos por Angola.

Livro Branco das Tecnologias de Informação e Comunicação

O Presidente João Lourenço aprovou, por Decreto Presidencial publicado em Diário da República, de 05 deste mês, o Livro Branco das Tecnologias de Informação e Comunicação.

O documento traça as medidas de política e as acções estratégicas que visam o desenvolvimento sustentável do sector das tecnologias de informação e da comunicação, bem como enfatiza, entre outros aspectos, a necessidade de se garantir a cibersegurança em Angola e, em particular, das suas infra-estruturas críticas, que assentam em seis eixos de acção, em que se destaca o da regulação e o da cibersegurança.

Com a aprovação do Livro Branco das Tecnologias, no que diz respeito à Estratégia Nacional de Cibersegurança, o Decreto Presidencial esclarece que o Executivo pretende alcançar três objectivos estratégicos, nomeadamente maximizar a resiliência do país no combate à cibercriminalidade, promover a inovação tecnológica e gerar e garantir recursos para o Estado.

Apesar dos esforços institucionais, políticos e legais que foram empreendidos neste domínio, lê-se no documento, o Índice Global de Cibersegurança, produzido pela União Internacional de Telecomunicações (UIT) de 2024, coloca Angola na quarta posição, a seguir ao nível mais baixo, com 39,5 pontos numa escala de 100, tendo em conta a capacidade de respostas rápidas aos incidentes informáticos e a inexistência de uma estratégia nacional para este sector.

O Executivo angolano entende, por via do Decreto Presidencial sobre a Estratégia Nacional de Cibersegurança, que a preocupação com a segurança do espaço nacional digital é o mote da garantia dos valores mais estruturantes do Estado Democrático de Direito consagrado na Constituição.

A aprovação da Estratégia, esclarece o Titular do Poder Executivo no documento, decorre sem prejuízo da necessidade de preservação dos dados pessoais dos cidadãos.

O Decreto esclarece, ainda, que se pretende criar e desenvolver uma capacidade legal, institucional e operacional que garanta um ambiente seguro e atractivo no ciberespaço nacional, e que fomente uma cultura de cibersegurança responsável entre os cidadãos e as instituições públicas e privadas.

A Estratégia Nacional de Cibersegurança assenta nos princípios da subsidiariedade, complementaridade, proporcionalidade, inclusão e acesso universal, educação e literacia digital e da responsabilidade, incidindo este último sobre a responsabilização civil e criminal pelas acções e omissões que violem direitos e interesses legalmente tutelados.

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