Angola carece de condições para introduzir o medicamento "Lenacapavir"
Luanda – O director-geral adjunto do Instituto Nacional de Luta contra a Sida, José Van-Dúnem, disse que Angola carece de condições técnicas e económicas para introduzir no Sistema Nacional de Saúde, o "Lenacapavir", medicamento de acção prolongada usado na prevenção do HIV.
O “Lenacapavir” é um anti-retroviral injectável, aprovado em várias partes do mundo, em 2022, e recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que bloqueia a replicação do vírus, tornando-o mais eficaz contra estirpes resistentes, sendo apenas exigidas duas doses anuais.
Em declarações à Angop, explicou que a adopção de um novo medicamento no programa nacional exige estudos clínicos internos, definição das populações prioritárias, análise de impacto comportamental e uma forte avaliação económica.
O custo elevado, cerca de 30 dólares por injecção, sublinhou, é actualmente o maior entrave, adiantando que é um medicamento preventivo que, se aplicado em larga escala, tem um forte peso económico, e Angola não tem neste momento meios para o disponibilizar de forma generalizada.
Admitiu que as pessoas podem tentar adquirir o fármaco no exterior, mas alertou que não existe aprovação nem distribuição oficial em Angola, nem normas que regulamentem o seu uso no país.
Por outro lado, disse que a sua instituição pretende, para 2026, continuar a levar serviços às zonas remotas, bem como recuperar verbas afectadas por restrições económicas e pela redução de apoios internacionais.
Recordou que a prioridade continua a ser a prevenção, uso de preservativo, redução de múltiplos parceiros e testagem regular, enfatizando que o Vírus de Imunodeficiência Humana (VIH) em si não mata, “o que mata é chegar ao estado do Síndrome da imunodeficiência adquirida (Sida)".
Destacou a importância da testagem, tratamento contínuo e acompanhamento de mulheres grávidas, segmento onde se detecta grande parte dos novos casos.