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Angola carece de condições para introduzir o medicamento "Lenacapavir"

 Instituto Nacional de Luta contra a SIDA
Instituto Nacional de Luta contra a SIDA Imagens: m.redeangola.info

Redacção

Publicado às 11h31 14/12/2025 - Actualizado às 11h31 14/12/2025

Luanda – O director-geral adjunto do Instituto Nacional de Luta contra a Sida, José Van-Dúnem, disse que Angola carece de condições técnicas e económicas para introduzir no Sistema Nacional de Saúde, o "Lenacapavir", medicamento de acção prolongada usado na prevenção do HIV.

O “Lenacapavir” é um anti-retroviral injectável, aprovado em várias partes do mundo, em 2022, e recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que bloqueia a replicação do vírus, tornando-o mais eficaz contra estirpes resistentes, sendo apenas exigidas duas doses anuais.

Em declarações à Angop, explicou que a adopção de um novo medicamento no programa nacional exige estudos clínicos internos, definição das populações prioritárias, análise de impacto comportamental e uma forte avaliação económica.

O custo elevado, cerca de 30 dólares por injecção, sublinhou, é actualmente o maior entrave, adiantando que é um medicamento preventivo que, se aplicado em larga escala, tem um forte peso económico, e Angola não tem neste momento meios para o disponibilizar de forma generalizada.

Admitiu que as pessoas podem tentar adquirir o fármaco no exterior, mas alertou que não existe aprovação nem distribuição oficial em Angola, nem normas que regulamentem o seu uso no país.

Por outro lado, disse que a sua instituição pretende, para 2026, continuar a levar serviços às zonas remotas, bem como recuperar verbas afectadas por restrições económicas e pela redução de apoios internacionais.

Recordou que a prioridade continua a ser a prevenção, uso de preservativo, redução de múltiplos parceiros e testagem regular, enfatizando que o Vírus de Imunodeficiência Humana (VIH) em si não mata, “o que mata é chegar ao estado do Síndrome da imunodeficiência adquirida (Sida)".

Destacou a importância da testagem, tratamento contínuo e acompanhamento de mulheres grávidas, segmento onde se detecta grande parte dos novos casos.

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